" Ambos defendem a prescrição generalizada por princípio activo...
Eu não me oponho, já o fazemos. A única coisa que não podemos tolerar por critérios científicos é a substituição de um genérico por outro na farmácia quando os genéricos, muitos deles, não têm bioequivalência entre si. Um dos artigos em que se fundamenta a prescrição por DCI faz a revisão de 2070 estudos de bioequivalência de genéricos onde se diz que a variabilidade é de 3%, portanto são quase iguais. Mas esse mesmo artigo diz que não há estudos negativos para comparar porque a indústria farmacêutica até 2000 não era obrigada a publicá-los. Só eram publicados os estudos favoráveis.
Mas esse é um viés que não aconteceu apenas para os genéricos...
Nas guidelines cientificas só 11% das recomendações são baseadas na evidência. Mais de metade das orientações, por exemplo na cardiologia, têm por base as opiniões de peritos. Temos de ter um espírito crítico nestas situações. Se é isso que nós médicos fazemos em tudo, descortinar os vieses, não aceitamos que nos venham impor a prescrição generalizada, quando há um viés de publicação evidente. Se o problema é embaratecer, há outras soluções. A troika determina que os genéricos entrem no mercado 40% mais baratos do que o preço de referência do medicamentos de marca. Nós dizemos que pode ser 50% ou 60%, há margem para isso. Os preços dos medicamentos de marca, que hoje têm 15 anos para render, estão inflacionados. Por isso os preços dos genéricos podem baixar."
Aqui toda a entrevista:
http://www.ionline.pt/conteudo
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